Como fintechs e bancos podem se beneficiar do open banking?

Rogério Marques

14 abril 2020 - 10:00 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:47

Dois homens segurando e olhando um tablet

O avanço da tecnologia e a aplicação das ferramentas disruptivas têm sido decisivos para a digitalização dos serviços financeiros. Cada vez mais fintechs e bancos buscam maneiras de surpreender o cliente, oferecendo praticidade, comodidade e soluções, de fato, inovadoras e eficazes. O objetivo maior é melhorar a experiência do usuário por meio do uso inteligente da tecnologia.

Neste contexto surge o Open Banking, que consiste, basicamente, no compartilhamento de dados feito por meio de APIs (interfaces de programação de aplicações, em português). 

São elas que permitem ao cliente acessar em uma única plataforma todas as contas, investimentos, serviços e produtos financeiros contratados. O cliente pode visualizar tudo o que estiver relacionado às suas finanças, desde que as fintechs, insurtechs e bancos façam parte do open banking

Na era da transformação digital, a plataforma melhora a qualidade das entregas das instituições financeiras, bem como a experiência dos clientes.

Para as fintechs, especialmente, o desafio é fazer parte deste movimento, mantendo a proposta inovadora dos seus produtos e serviços. 

Quer saber como fazer parte do open banking? Continue lendo esse texto! 

Como estão os processos do Open Banking agora? 

De acordo com a pesquisa Open Banking Opportunity Index, desenvolvida pela consultoria EY, o Brasil tem um cenário favorável para a implantação do open banking

A pesquisa analisou ambiente regulatório, potencial de adoção, sentimento do consumidor e ambiente de inovação. Esses são quatro fatores centrais para a implantação do open banking. Por fim, o estudo concluiu que o Brasil se destaca à frente de países como Holanda, Canadá e Alemanha, sendo o 7º mais receptivo ao modelo.

De acordo com o Banco Central, a implantação do open banking deve ser realizada no segundo semestre em 2020. O projeto será conduzido e dividido em fases. No começo, dados menos sensíveis, como informações cadastrais dos clientes, serão integrados à plataforma. Desse modo, a expectativa é garantir uma transição mais segura e confiável.

Com a implantação em fases, certamente os agentes do sistema financeiro podem observar o impacto do open banking.  A expectativa é que eles se sintam motivados a oferecer produtos e serviços financeiros inovadores, com a melhor relação custo-benefício, para melhorar a experiência do cliente.

Ainda em 2020 o projeto deve impactar as 12 maiores instituições financeiras do País, revolucionando e impulsionando o amadurecimento do sistema bancário.

O que faz do Open Banking uma oportunidade para as fintechs brasileiras?

Mas, afinal, o que o open banking muda na prática para as fintechs, insurtechs e startups financeiras?

Com a implantação da plataforma, dados valiosos como o histórico de pagamentos e perfil de investimentos de milhões de clientes deixarão de pertencer somente aos bancos tradicionais. Eles estarão acessíveis via APIs para outras instituições financeiras integrantes da plataforma.

Esse acesso deve revolucionar a estrutura do mercado bancário. Hoje, no Brasil, os cinco maiores bancos oferecem 70% do crédito. O open banking chega para viabilizar a oferta de serviços e produtos financeiros a um número maior de clientes graças ao compartilhamento dos dados. 

Isso porque, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o open banking permitirá que outras empresas, regularizadas pelo BC, como as fintechs, tenham acesso aos dados dos clientes, desde que com a ciência deles. 

Com isso, as fintechs  passam a ter a chance de ampliar sua participação no mercado e oferecer serviços e produtos inovadores, para melhorar a experiência do usuário. O acesso aos dados permitirá, por exemplo, a definição de taxas personalizadas para cada cliente. 

Open banking na prática: como as fintechs brasileiras estão aproveitando esse movimento?

Em países da União Europeia e no Reino Unido, o open banking já é realidade. Além deles, Estados Unidos, Austrália, Japão e Hong Kong avaliam como será realizada a implantação da plataforma.

No Brasil, algumas iniciativas pioneiras de uso de APIs mostram que esse modelo veio para ficar. O open banking abre o caminho para a inovação e a melhoria da experiência do cliente. Trata-se de uma plataforma que deve trazer ótimos resultados e revelar muitos cases de sucesso. Aliás, alguns já começam a surgir. 

O Banco do Brasil foi pioneiro na estruturação de uma operação baseada em open banking. Ainda em 2017, o banco lançou sua plataforma.

À época, o BB anunciou uma parceria com a startup ContaAzul e lançou uma API com a fintech Bxblue, que compara crédito consignado para aposentados, pensionistas e funcionários públicos. Ou seja, dentro do open banking as startups começam a aparecer como aliadas dos bancos tradicionais. 

E o movimento do BB não parou por aí. Em 2019, o banco consolidou uma parceria com a fintech Bom Pra Crédito (BPC). Desde então, os correntistas podem comparar e contratar empréstimos pessoais por intermédio da startup, que oferece simulação com 36 instituições financeiras. 

Além do BB, o Bradesco também adotou a estratégia de open banking. Em parceria com o Sebrae, o banco criou o MEI.Bradesco. A proposta é ampliar as condições de acesso ao crédito para pequenos negócios, além de proporcionar orientação e gestão financeira usando ferramentas digitais. 

O fato é que as fintechs têm muito a contribuir para a construção do open banking. Do mesmo modo, os bancos tradicionais podem oferecer parte da sua estrutura e do espaço que já têm no mercado para fomentar esse movimento. Com isso, todos saem ganhando, a transformação digital ganha força e a experiência do cliente só melhora.

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