As 5 principais estratégias de investimento no mercado financeiro

Bruno Zago

21 fevereiro 2023 - 09:00 | Atualizado em 08 março 2023 - 18:13

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Investir no mercado financeiro é uma ótima maneira de aumentar sua riqueza, mas pode ser difícil escolher a melhor estratégia de investimento para atingir seus objetivos financeiros.

São muitas as estratégias de investimento diferentes disponíveis hoje, cada uma com seus próprios prós e contras. Neste post, vamos explorar as cinco mais populares, ajudando a entender qual delas pode ser a melhor para o seu perfil.

1- Alocação de ativos

“Não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Esse ditado atemporal resume os conceitos de alocação e diversificação de ativos.

Quando se trata de investir, a alocação equivale a decidir quantos ovos você colocará em quantas cestas diferentes – ou classes de ativos. E a diversificação é a distribuição de seus investimentos entre e dentro de diferentes classes de ativos. 

Geralmente expressa em uma porcentagem, a alocação de ativos é a parte do total da sua carteira a ser investida em diferentes classes como ações e títulos, por exemplo.

Estratégias de alocação de ativos:

1. Alocação estratégica

Esse método estabelece um mix de políticas básicas – uma combinação proporcional de ativos com base nas taxas de retorno esperadas para cada classe. Você também precisa levar em consideração sua tolerância a riscos e o cronograma de investimento.

2. Ponderação constante

A alocação estratégica implica em uma estratégia de comprar e manter, mesmo que a mudança nos valores cause um desvio do mix inicialmente estabelecido. Por esse motivo, você pode preferir adotar uma abordagem de ponderação constante, reequilibrando continuamente o portfólio.

Por exemplo, se um ativo perder valor, você compraria mais. E, se o valor aumentar, você o venderia.

3. Alocação tática

A longo prazo, uma estratégia de alocação estratégica de ativos pode parecer rígida. Portanto, você pode adotar desvios táticos de curto prazo para capitalizar oportunidades de investimento. 

A alocação tática pode ser descrita como uma estratégia moderadamente ativa, uma vez que o mix geral de ativos estratégicos é retornado quando os lucros desejados de curto prazo são alcançados. 

4. Alocação dinâmica 

Mais uma estratégia ativa é a alocação dinâmica de ativos. Com ela você ajusta constantemente o mix de ativos conforme os mercados sobem e descem e à medida que a economia se fortalece ou enfraquece. 

Essa estratégia é o oposto da ponderação constante, já que você vende ativos que diminuem, antecipando mais queda e compra ativos que aumentam, antecipando ganhos.

5. Alocação de ativos segurados

Com a alocação de ativos segurados, você estabelece um valor de portfólio básico abaixo do qual ele não deve cair. Enquanto a carteira atinge um retorno acima dessa base, você exerce uma gestão de risco ativa, comprando, mantendo ou vendendo ativos.

+ LEIA TAMBÉM | Como proteger os investimentos na crise?

2- Análise fundamentalista

A análise fundamentalista visa descobrir o valor real, calculando o valor do ativo sem levar em consideração o sentimento de mercado.

Na análise fundamentalista, você avalia um título usando fatores econômicos, financeiros, qualitativos e quantitativos para determinar seu valor intrínseco. Acredita-se também que fatores macro e microeconômicos possam afetar o seu valor. Esses fatores podem ser condições econômicas, condições da indústria, condições financeiras e proficiência da administração.

Análise fundamentalista na prática:

  • Entenda a empresa;
  • Estude os relatórios financeiros;
  • Verifique a dívida;
  • Encontre e avalie os concorrentes;
  • Analise as perspectivas futuras;
  • Revise todos os aspectos de tempos em tempos.

A análise fundamentalista funciona?

O uso da análise fundamentalista pode fornecer um grande conjunto de ferramentas para insights de mercado, mas cada indicador não deve ser analisado isoladamente, eles devem existir como parte de uma estratégia de negociação que cubra muitas variáveis. 

A análise fundamentalista funciona, mas ela se aplica principalmente a investimentos de longo prazo, não podendo ser usada para prever ações de preços de curto prazo. A grande questão é que os mercados podem reagir mais rapidamente do que os eventos analisados, podendo comprometer sua negociação. 

Outro ponto negativo é que pode ser um processo demorado. Os investidores precisam ter conhecimento da economia, indústria e concorrentes. Isso sem dizer que relatórios e balanços financeiros podem ser falsificados. 

3- Análise técnica

Ao contrário da análise fundamentalista, a análise técnica é baseada apenas no preço das ações ou nos dados de volume de negociação. O objetivo não é prever o futuro, mas identificar os cenários mais prováveis. O preço da ação é usado como uma indicação de como o mercado agiu no passado e como ele pode se comportar no futuro.

Os analistas técnicos usam padrões e tendências de gráficos, entre outras ferramentas, para identificar oportunidades de negociação com expectativas positivas. A análise técnica é bastante semelhante aos princípios básicos da economia, como a análise da oferta e da demanda no mercado, para determinar para onde vai a tendência dos preços.

Suposições básicas da análise técnica:

  • O preço de mercado é responsável por tudo;
  • Os preços se movem em tendências;
  • A história tende a se repetir.

Prós e contras da análise técnica

Uma das principais vantagens da análise técnica é que as ações são analisadas rapidamente. Além disso, algumas tarefas podem ser automatizadas, o que economiza tempo. Isso significa cobrir mais ações e extrair ideias de um universo maior. 

A curto prazo, o preço de uma ação é afetado por vários fatores que a análise fundamentalista consegue detectar: o sentimento do mercado, o comportamento da oferta e demanda podem ser observados em um gráfico.

A questão é que a análise técnica frequentemente resulta em ambiguidade. Dois analistas técnicos podem chegar a conclusões diferentes sobre a mesma ação usando abordagens distintas. Os gráficos geralmente aparecem muito diferentes em diferentes períodos. E, com o grande número de métodos de análise, indicadores e prazos disponíveis, formar uma visão única pode ser um desafio.

4- Value investing

O value investing é uma estratégia de investimento que usa a análise fundamentalista para encontrar títulos com baixo valor intrínseco, sendo subestimados pelos investidores e pelo mercado em geral.

Princípios do value investing:

  1. Avaliação do valor intrínseco: para identificar bons ativos a avaliação considera como a relação preço/lucro (P/L) ou preço/valor contábil (P/B); 
  2. Busca da margem de segurança: diferença entre o valor intrínseco de uma ação e seu preço atual; 
  3. Perspectiva de longo prazo: é preciso ter paciência, às vezes pode-se levar até anos para superar o valor intrínseco; 
  4. Perspectiva contrária: adotar o value investing significa investir de forma contrária ao mercado.

O value investing é ideal para você?

Se o seu principal objetivo é manter o mínimo de risco de perdas permanentes enquanto aumenta as chances de gerar retornos positivos, você provavelmente é um value investor.

Por outro lado, se você prefere seguir as empresas que estão em alta no mercado, não vai se interessar por este modelo. As oportunidades de crescimento tendem a ser, na melhor das hipóteses, mornas.

5- Growth investing

O growth investing refere-se à alocação de capital em empresas potencialmente lucrativas (como startups), que crescem muito mais rápido do que a indústria geral ou empresas maduras. Como os retornos desses investimentos são altos, o risco enfrentado pelos investidores também é maior.

O investimento em crescimento envolve a compra de ações que os investidores classificam como tendo um bom potencial de crescimento futuro, enquanto o investimento em valor é em ações que estão subvalorizadas no mercado de ações.

Como identificar uma boa empresa para praticar o growth investing?

  • Desempenho das ações: acompanhar o preço de negociação e as razões do seu crescimento;

  • Retorno sobre o patrimônio: entender o retorno gerado pelo capital investido no negócio. Se o retorno for bom, isso significa que a empresa tem boas perspectivas;

  • Margem de lucro: ajuda a analisar se o negócio consegue cobrir seus custos e ainda tem dinheiro extra para futuras expansões;

  • Desempenho histórico: mostrará como a empresa está progredindo.

Você deve praticar growth investing se…

  1. Não vê seu portfólio como uma fonte de renda e não precisará do dinheiro por um tempo. As empresas em crescimento investem seus lucros no negócio para alimentar a expansão e, portanto, raramente pagam dividendos;

  2. Entende que metas ambiciosas levam muito tempo para serem alcançadas, então pode dar às suas ações todo o tempo necessário para cumprir suas promessas de crescimento;

  3. Tem uma alta tolerância ao risco. Com muitos concorrentes tentando superar uns aos outros, as perspectivas de uma empresa podem mudar de uma hora para outra. Mudanças rápidas exigem um estômago forte.

No decorrer deste artigo foi possível conhecer as cinco principais estratégias utilizadas pelos investidores no mercado financeiro. Com qual você mais se identificou?

Acompanhe também o blog do Fast Trade para mais tendências de investimento!

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