Open banking: novas tecnologias transformam setor bancário

Rogério Marques

05 março 2020 - 10:45 | Atualizado em 29 maio 2023 - 18:05

Pessoa utilizando um tablet em segundo plano e em primeiro plano vários ícones da web. Open banking

A transformação digital do mercado financeiro avança em ritmo acelerado. Com o amplo uso de tecnologias disruptivas, como big data, inteligência artificial, chatbots e machine learning, os bancos e fintechs inovam nos processos e serviços financeiros. As ferramentas oferecem novos recursos capazes de viabilizar a melhoria contínua da experiência do cliente.

Além disso, neste momento, outras mudanças vêm sendo registradas no setor bancário. Na União Europeia e no Reino Unido, as instituições financeiras já começaram a atender regras recentes do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR). Esse desafio é comum ao Brasil, que também deve se adequar ao que prevê a Lei Geral de Proteção de Dados, prevista para entrar em vigor em agosto de deste ano.

Ao mesmo tempo, o Banco Central do Brasil está coordenando a primeira fase de implantação do open banking ainda para 2020. 

O fato é que existe uma série de mudanças em curso no mercado financeiro e as tecnologias têm um papel fundamental neste contexto. 

Quer saber mais sobre esse movimento de transformação digital? Confira alguns números, tendências e previsões nesse artigo! 

Números confirmam a digitalização do mercado financeiro 

Um dos principais destaques do setor, sem dúvida, é a digitalização dos negócios. Cada vez mais, instituições tradicionais investem em mobile banking e bancos digitais vêm crescendo continuamente.

De acordo com a pesquisa “A revolução dos bancos digitais 2020”, encomendada pelo boostLAB, o hub de negócios do BTG Pactual,  o número de bancos digitais no Brasil e no mundo registrou um salto de 147% entre os anos de 2017 e 2018..

 Dentre os principais motivos para ser um cliente de banco digital, 54% dos entrevistados apontam a concessão de crédito e a isenção de anuidade e juros e 49% destacam a vantagem de resolver tudo pelo celular sem processos burocráticos. 

A pesquisa indicou ainda um aumento de 32,69% no número de transações digitais entre 2017 e 2018. No Brasil, 60% das operações são feitas digitalmente: 40% usando celular e 60% via internet banking

Esse crescimento é uma tendência global. De acordo com uma previsão da Accenture, no Reino Unido, os bancos digitais estão a caminho de triplicar o tamanho de sua base de clientes em 12 meses para  35 milhões de pessoas. 

Isso porque à medida que os bancos investem em novas tecnologias, inovando no lançamento de produtos e serviços, eles aceleram a aquisição de clientes. Atualmente, registram uma taxa de crescimento atual de 170%, que viabiliza, inclusive, a expansão para novos mercados.

Segurança digital é um desafio a ser superado

Contudo, apesar do crescimento expressivo dos bancos digitais, no Brasil as instituições financeiras tradicionais mantém o domínio do mercado. Afinal, elas são vistas como mais confiáveis pelos clientes.

Na pesquisa “A revolução dos bancos digitais 2020”, 63% dos entrevistados declararam que preferem confiar seus dados financeiros aos bancos tradicionais. Somente 12% deles optam pelos bancos digitais. O percentual de confiança cai ainda mais em relação às fintechs: apenas 6% escolhem as startups financeiras.

Na prática, isso quer dizer que o investimento em segurança da informação é uma prioridade urgente. Ele precisa ser planejado e executado com estratégia, para entregar ao cliente outra percepção sobre a confiabilidade dos dados.  

Tecnologias conectadas e inteligência artificial no mercado financeiro

A transformação digital deve ganhar ainda mais força com o uso dos dispositivos da  IoT (Internet of Things). De acordo com previsões do International Data Corporation (IDC), estima-se que haverá 41,6 bilhões de dispositivos conectados, gerando 79,4 zettabytes (ZB) de dados em 2025.

Com esse movimento, segundo a Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc), o impacto econômico global pode somar US$ 318 bilhões até 2023, com taxa de crescimento anual composta de 20%. Já no Brasil, segundo apontam projeções do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o mercado de internet das coisas deve injetar na economia brasileira US$ 50 bilhões até 2025.

Neste cenário, a IoT será decisiva para a transformação digital do segmento financeiro, a manutenção da competitividade das instituições tradicionais, bancos digitais e fintechs

O uso das tecnologias conectadas pelos bancos será vital para impulsionar o uso do modelo de infraestrutura baseado na computação de borda (edge computing). O desafio, portanto, é levar o poder do processamento computacional para as pontas, ou seja, para os dispositivos conectados.

Com este novo modelo de infraestrutura, que abrange 5G, IoT e edge computing será possível entregar maior segurança para os clientes dos bancos. Isso porque esse conjunto de tecnologia proporciona mais autonomia para cada dispositivo. Desse modo, um celular poderá confirmar, por exemplo, se é, de fato, o proprietário que manipula o aparelho.

Além da IoT, o uso da inteligência artificial também viabiliza a entrega de serviços mais inovadores, a exemplo dos robôs-advisors. Eles são capazes de orientar uma quantidade massiva de clientes, visando à diversificação das carteiras de investimentos de cada um deles. Eles combinam escala com atendimento personalizado. 

Hoje, quatro fintechs brasileiras, Magnetis, Vérios, Monetus e Warren, oferecem este tipo de serviço. Elas já somam R$ 1,130 bilhão sob custódia e mais de 160 mil contas abertas.

Nos Estados Unidos, este mercado está muito à frente. As duas maiores empresas do segmento, a Wealthfront e a Betterment administram sozinhas US$ 26 bilhões de patrimônio. 

O fato é que, de acordo com estudo da consultoria Deloitte, o segmento de robô-advisors deve ultrapassar a marca de US$ 18 trilhões no mundo.

Open banking: novas tecnologias devem sustentar a plataforma 

Com a incorporação das tecnologias disruptivas, as instituições financeiras têm condições de se preparar para o open banking. No segmento bancário, as empresas possuíam um modelo fechado no qual as APIs desenvolvidas e os dados dos clientes eram mantidos apenas internamente. 

Com o open banking, o objetivo é liberar os códigos para outras instituições que oferecem serviços financeiros. Desse modo, será possível fomentar o desenvolvimento de interfaces seguras. 

Consequentemente, o movimento de digitalização dos negócios deve ganhar mais velocidade e novos produtos e serviços bancários devem surgir para atender às demandas dos clientes.

No Brasil, a primeira fase de implantação do open banking deve ser realizada ainda em 2020, atingindo as 12 maiores instituições financeiras do País. A estrutura bancária deve ser totalmente impactada. 

Atualmente, de acordo com o Banco Central, cinco grandes bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander) são responsáveis por 85% das transações bancárias no país. Certamente, o open banking irá transformar esse cenário, proporcionando uma reestruturação do setor bancário e, acima de tudo, viabilizando o desenvolvimento de produtos, serviços e soluções capazes de ressignificar e melhorar a experiência do usuário

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