O papel promissor das scale-ups no Brasil

Leonardo Reis Vilela

16 maio 2019 - 09:00 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:38

Ilustração com pessoa tocando ícone de foguete simbolizando startups scale ups

A crise econômica atual do Brasil começou em meados de 2014. Segundo dados do IBGE, até fevereiro de 2019, o desemprego atingiu cerca de 12,5 milhões de pessoas no país.

Enquanto as projeções de crescimento para a economia brasileira em 2019 mostram uma ligeira queda de 0,04%, algumas empresas contrariam todas as estimativas e crescem muito, pelo menos 20% ao ano.  

Segundo a Endeavor, uma das soluções para auxiliar o Brasil a sair da crise e aumentar o número de empregos é investir nas empresas chamadas scale-ups que, apesar de tudo, continuam tendo alto ritmo de crescimento.

Muitas delas, inclusive, optam por investir em novas tecnologias e aproveitam o impulso da transformação digital para se destacar ainda mais.

A seguir, analisaremos um pouco mais sobre as scale-ups e mostraremos algumas empresas famosas e bem-sucedidas, duas delas de funcionamento 100% digital.  

Quem são as scale-ups

Scale-ups são empresas que crescem com base em um modelo de negócio escalável. Em outras palavras, são organizações que aumentam sua atividade sem aumentar seus custos gerando, assim, novos empregos.

Ao contrário das startups, as scale-ups são empresas maduras, muitas delas com dez ou mais anos de existência, que encontraram um modelo de negócios estruturado e, por isso, continuam crescendo exponencialmente.  

Mas nem toda empresa com esse crescimento regular pode ser considerada uma scale-up. Para isso, o modelo de negócios deve ser sustentável, ou seja, deve apresentar uma escalabilidade por si só, e não depender de fatores externos.

Outra característica desse tipo de empresa é a preocupação constante com o impacto que a organização tem na sociedade, como forma de retribuição ao sucesso de sua jornada.

Alguns dados sobre as scale-ups

Menos de 1% das empresas do Brasil podem ser enquadradas como scale-ups, porém, elas estão espalhadas por todos os estados do país e são responsáveis por quase 60% dos novos empregos gerados nos últimos anos, segundo uma pesquisa da Endeavor.

Diferentemente das startups, grande parte dos donos das empresas tem mais de 49 anos. Experiência de vida conta muito no sucesso das scale-ups.

No Brasil, a cada dez empreendedores, seis são do sexo masculino. Este número é ainda maior em relação às scale-ups: dois empreendedores para uma empreendedora. Porém, essa diferença vem diminuindo e já temos empresas muito importantes lideradas por mulheres, como a Magazine Luiza.

Outra particularidade é seu tamanho. Ao contrário do que a maioria pensa, o número de empresas desse tipo com mais de 500 funcionários é baixíssimo, apenas 3,6%, segundo a Endeavor. A maioria delas são pequenas ou médias e 40% delas têm entre 25 e 49 funcionários.  

A maior parte das scale-ups fazem parte do varejo ou construção civil, dois dos setores mais representativos da economia brasileira. Mas é possível encontrar essas empresas em todos os outros setores, como alimentação, bens de consumo e transporte, entre outros.

Exemplos bem-sucedidos de scale-ups

No Brasil há muitos cases para citarmos como Rappi, Uber, 99, iFood e vários outros. Segundo recente pesquisa, os aplicativos de transporte Uber e 99, além das plataformas iFood e Rappi, são as maiores “empregadores” de autônomos do País. Ao todo, são 3,8 milhões de trabalhadores que utilizam a plataforma e levam o sustento para casa.

CERS

Depois de passar num concurso público, Renato Saraiva começou a dar aulas para outras pessoas que tinham o mesmo objetivo que ele.

Quando se popularizou, teve a ideia de filmar suas aulas e disponibilizar em um site para aumentar seu alcance. Em um ano sua receita já tinha ultrapassado US $ 500 mil.

Com o dinheiro, Renato se uniu a outros professores e criou a CERS, responsável por preparar quase um terço dos aprovados no exame da OAB.

Spoleto

Dois amigos e empreendedores, Eduardo e Mario, decidiram criar um restaurante que unisse boa comida e bom serviço, ao contrário dos bem-sucedidos, mas pouco escaláveis que haviam empreendido anteriormente.

Dessa ideia surgiu o Spoleto, um negócio em que o cliente personaliza o próprio prato, escolhendo a massa e os ingredientes que preferir.

Nos três primeiros anos os amigos abriram 30 restaurantes. Atualmente existem mais de 300 lojas, sem contar com outras redes do grupo, como a Domino’s Pizza e Koni Store.

Scale-ups na transformação digital

Até agora só foram citadas as scale-ups que partiram de boas ideias, muita experiência e estruturação sólida de modelo de negócio, porém uma vertente comum de scale-up são aquelas baseadas na tecnologia e inovação.

Em plena era da transformação digital, alguns empreendedores estão unindo ideias já amadurecidas às novas tecnologias e crescido fortemente há anos, como a Uber ou a catarinense ContaAzul.

A Uber disponibiliza uma plataforma de tecnologia que conecta motoristas parceiros com usuários por meio de um aplicativo para smartphones. Por conta disso, tem aumentado sua receita num ritmo muito mais rápido do que os custos, ganhando escala.

Já o ContaAzul consiste em um sistema de gestão on-line para micro e pequenas empresas, com um crescimento de praticamente 100% ao ano e 2 mil novos cliente por mês.  

Neste post você pode conferir um pouco mais sobre as scale-ups e de que forma elas podem contribuir para alavancar a economia brasileira e gerar milhões de empregos. Se quiser ler mais conteúdos sobre o mercado empresarial, tecnologia e transformação digital, clique aqui e confira nosso blog!

Outros artigos recomendados:

Recomendados para você

Imagem projetada de cérebro humano com símbolo de rede ao seu redor
Exemplos de inteligência artificial e suas aplicações ...
Pessoas em uma sala de escritório discutindo projetos
Alocação de profissionais de TI: saiba como escolher o fornecedor ideal ...
Computador exibindo gráficos, livros e uma xícara de café sobre uma mesa
Risk Cedro: solução de risco com zeragem automática de posições na B3 ...