Bancos enfrentam concorrência das fintechs pelas PMEs

Leonardo Reis Vilela

17 dezembro 2019 - 14:56 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:29

Pessoas em mesa de escritório discutindo projetos

Segundo dados do SEBRAE de 2018, o número de estabelecimentos no Brasil atingiu a marca de 6,4 milhões, sendo 99% deles pequenas e médias empresas (PMEs). Então, estar alinhado com o funcionamento desses negócios se torna muito importante para os bancos.

No entanto, ainda há certa dificuldade para que isso aconteça. Nos EUA, por exemplo, uma pesquisa da JD Powerlast de 2018 revela que apenas 32% das PMEs nos EUA acham que seu banco entende seus negócios. Pior ainda, somente 37% se veem apreciadas pela instituição financeira correspondente e 28% conseguem enxergar uma especialização no atendimento a pequenas empresas.

Por ser um setor tão lucrativo, os bancos precisam se esforçar para atender às necessidades e desejos desse público. Com a ascensão das fintechs, que conseguem se adaptar melhor ao segmento, por que os bancos têm tanta dificuldade para suprir esse mercado?

Neste artigo, elencamos vários dados levantados pela Comarch para o Global Banking and Finance Review que contextualizam esse cenário. Confira a seguir!

Quais são os desafios dos bancos para atender às PMEs? 

O artigo da Comarch usa dados da McKinsey para revelar que os pequenos empresários passam mais tempo lutando com burocracia do que realizando negócios. Mais de 70% do que eles fazem é relacionado à administração.
Nesse contexto, somente um quinto das rendas dos bancos em âmbito global têm origem na vasta possibilidade que as PMEs representam para os negócios. Isso mostra como as PMEs têm dificuldades para obter créditos.

Geralmente, os bancos trazem um sistema muito burocrático para concedê-los. Diante dos empecilhos que os empreendedores de PMEs encontram, 30% deles já buscam oportunidades financeiras fora do universo bancário.

Novos modelos como as fintechs acabam por ocupar e suprir as oportunidades do segmento, oferecendo uma estrutura muito mais simples. De acordo com o relatório “Global FinTech adoption 2019” da EY, 25% das PMEs já se relacionaram com as fintechs em algum momento, sendo que há uma previsão de que esse número cresça para 64% até 2020.

Se as instituições bancárias continuarem a adotar práticas tão burocráticas e deixarem de focar em uma transformação digital mais acelerada, devem perder um público com tamanho potencial de renda, já que as PMEs têm ocupado tanto espaço no mercado.

Bancos X Fintechs: por que os novos modelos estão na vantagem? 

Muitos bancos têm receio de emprestar dinheiro para empreendedores sem histórico em seus registros. Assim, as fintechs encontram muita oportunidade no nicho de PMEs, já que são mais maleáveis e analisam também o potencial dos negócios.

Elas dispensam a burocracia e liberam os empréstimos de forma mais rápida, indo ao encontro das necessidades dos empreendedores. Esse público precisa de dinheiro rápido para injetar nos negócios e não pode se dar ao luxo de esperar tanto pelos processos apresentados pelos bancos.

Além disso, os clientes das fintechs encontram entre os serviços oferecidos novos produtos que facilitam bastante a vida financeira. Para as PMEs, isso significa mais maleabilidade para lidar com as questões estratégicas que dependem de caixa para serem executadas.

Mas esses negócios também têm preferido buscar as fintechs porque elas têm mais facilidade para adotar novas tecnologias. Enquanto muitos bancos tradicionais resistem às mudanças da transformação digital ou aderem a elas de forma mais lenta, as fintechs já surgiram mergulhadas nesse contexto. A tecnologia faz parte da essência desses negócios.

Ferramentas como os chatbots, por exemplo, permitem um atendimento especializado 24 horas por dia, além de outras tecnologias que levam conveniência ao usuário. Entre os benefícios, as fintechs conseguem oferecer melhor acesso digital, processos automatizados, sistemas que permitem operações mais rápidas, entre outros.
Trata-se de um DNA enraizado na cultura das novas empresas financeiras. E, para competir com essa dinâmica, os bancos precisam ver a importância do processo de transformação digital e inserir a mesma essência digital no seu core business.

Como os bancos podem mudar o modelo de negócio para dar mais atenção às PMEs? 

Se as fintechs se apoiam na tecnologia, essa é uma base interessante para que os bancos possam começar a se adequar às necessidades das PMEs, além de procurar desburocratizar o acesso aos créditos com novos produtos e serviços.

No Brasil, os principais bancos já passaram a investir em novas estratégias de ação. O próprio Banco Central, por exemplo, agora tem o assistente virtual Din para atendimento ao cliente. Porém, acelerar a transformação digital nessas instituições não é uma missão tão fácil.

Há um custo muito alto para implementar novas modalidades financeiras no portfólio bancário, mesmo porque há uma infinidade de sistemas que precisam ser integrados e testados devidamente.

É muito mais fácil começar do zero como as fintechs fizeram do que mudar um modelo enraizado por séculos. O melhor caminho, no caso, é estabelecer prioridades e entender quais são as formas mais rápidas de proporcionar atenção às PMEs.

A proposta deixa de ser focar no produto em si para se basear no resultado do processo que leva aos benefícios e à melhor experiência do consumidor. Para isso, elencamos algumas dicas que seguem as estratégias das fintechs.

Criar novas experiências de relacionamento 

As estratégias de relacionamento têm efeito importante para conquistar um cliente, independentemente do negócio. Para um banco atrair um nicho como as PMEs, ele precisa ter uma comunicação alinhada com esse público.
E se engana quem pensa que criar uma grande variedade de aplicativos pode resolver os problemas dos empreendedores. Pelo contrário, ter muitas soluções à disposição acaba por ser pouco prático a eles, já que os negócios são menores.

A adoção dos chatbots por muitos bancos já é um passo à frente para facilitar as experiências dos clientes e, para as PMEs, auxilia na solução de questões urgentes para o negócio funcionar. Além de dispensar a tradicional fila de espera no atendimento, ficam disponíveis durante 24 horas.

Proporcionar novos modelos de financiamento 

Se as fintechs fazem tanto sucesso entre as PMEs, é porque esse público se interessa por modelos de financiamento mais flexíveis. Nesse sentido, os bancos só vão ser capazes de competir de igual para igual no mercado se também implementarem novos modelos de financiamento.

Oferecer serviços mais simples 

Ter à disposição uma gama variada de serviços financeiros é um atrativo e tanto para empresários de PMEs. Para montar seus negócios, eles precisam de uma assistência personalizada, por isso, os bancos precisam incluir abordagens diferenciadas no portfólio.

Isso inclui finanças, business analytics, serviços legais, métodos alternativos de financiamento, entre outros.

Encontrar o parceiro certo 

Os bancos estiveram, por muito tempo, focados nas mudanças estruturais dos negócios, enquanto as fintechs vieram para focar nas necessidades do cliente. Somente as instituições que seguirem a tendência lançada pelas startups serão capazes de crescer.

Para isso, encontrar os parceiros certos no mercado para oferecer novos produtos é essencial. Os bancos precisam aprender a trabalhar em conjunto com outras empresas, criando um ecossistema balanceado das necessidades para resolver questões para as quais eles ainda não estão preparados.

Nesse caminho, a Cedro Technologies está preparada para proporcionar os melhores sistemas tecnológicos para guiar os bancos rumo à transformação digital. Nossos serviços são adaptáveis a vários segmentos, incluindo o ecossistema financeiro. Confira algumas das nossas soluções!

Embark 

O Embark é uma plataforma de gestão de cadastro que melhora a experiência do cliente a partir de um onboarding preparado para recebê-lo. Além disso, traz formulários prontos e permite a validação automática de dados.
Isso é perfeito para acelerar a jornada dos empresários que buscam soluções rápidas e podem fazer a abertura de contas digitais!

People 

Para quem busca personalizar o atendimento a partir de chatbots, pode contar com o People. Trata-se de uma plataforma completa para criação e gerenciamento de robôs, dispensando a necessidade de aplicativos para a comunicação com o cliente.

O People garante a presença digital do seu banco, levando benefícios para o usuário e economia para os seus negócios, já que as dúvidas são respondidas instantaneamente e a sua equipe pode focar em outras atividades.

Data Engine 

Também aplicável para o segmento financeiro, temos o Data Engine, uma plataforma voltada para compliance e KYC (Know Your Client). Ela automatiza processos e oferece informações preciosas sobre os clientes do seu banco.
A solução ajuda no cumprimento das exigências regulatórias, na produtividade da equipe e no combate a riscos e fraudes no negócio pela validação de dados. É uma forma de diminuir a burocracia do seu ecossistema e melhorar as tomadas de decisões, ajudando também a entender melhor clientes como empreendedores de PMEs.

Recomendados para você

Desenho de monitor conectado com outros dispositivos
Como acelerar a validação cadastral durante a abertura de contas ...
Fachada de uma loja Klarna
A fintech mais valiosa da Europa: Klarna ...
Mulher escrevendo em mural com diversos post-its
Scrum: entenda o que esse framework ágil pode fazer pelo seu time! ...